Ninguém sabe para onde vamos. Não há quem se arrisque a fazer
prognósticos, afinal não há precedentes no Brasil de situação igual à
que estamos testemunhando - muitos de nós participando - na era das
redes sociais. O que pretendo trazer para o debate e a reflexão de vocês
é uma constatação que fiz participando das manifestações - as
pacíficas, claro - do Rio de Janeiro (segunda e quinta).
Quem fez crescer o coro dos descontentes na recente onda de protestos pelo Brasil foram os estudantes, sem dúvida a maioria nas ruas. Têm entre 18 e 25 anos, portanto nasceram de 1990 em diante. Se aos 15 anos começaram a ter algum discernimento da vida política, isso foi a partir de 2006. Só acompanharam a era Lula.
Essa juventude que protesta agora não viveu o fim da ditadura e a luta por democracia (final dos anos 70), como eu que cheguei a 5.0 (assim a idade soa melhor); não acompanhou a campanha das Diretas Já (1984); não foi para a rua pedir o impeachment de Collor (1992).
Desde que começou a entender minimamente e a ouvir falar de política, só tomou conhecimento de "toma lá, dá cá", "é dando que se recebe", negociatas, escândalos, corrupção, desvios, mensalões, maracutaias, propinas, acordos por baixo dos panos, o tempo todo com políticos e partidos envolvidos. Esse é o mundo político que eles conhecem, o único a que foram apresentados.
Sem tentar buscar respostas que expliquem o que está acontecendo, mas me atendo à realidade que salta aos olhos, não é de estranhar que os jovens repudiem todos os partidos políticos de A a Z. Uma sociedade sem partidos é a nova utopia que move a juventude.
Muitos de nós que nascemos nos anos 1960 também tivemos as nossas utopias, acreditamos e fomos para a rua lutar não apenas por democracia e liberdade, mas pela igualdade de classes. Quantos queimaram bandeiras do Estados Unidos que para nós era o grande inimigo. O imperialismo americano para nossa geração tinha que ser derrotado de qualquer maneira, os Estados Unidos eram o Grande Satã, como os muçulmanos fundamentalistas chamam hoje.
E um dia, em 1989, o Muro de Berlim foi derrubado, o socialismo ruiu por todo o leste europeu, a União Soviética desmoronou, descobrimos que o mundo mudou. No Brasil até o Partido Comunista virou PPS. Como uma criança que um dia descobre desconsolada que Papai Noel não existe, tivemos que digerir que a igualdade de classes era uma utopia. E claro, pudemos passar a tomar Coca-Cola e comprar tênis All Star (era o Nike de hoje) sem a consciência pesada de estarmos traindo os ideais da esquerda.
Assim como nós naqueles tempos, os jovens de hoje vão ter o seu choque de realidade no próximo ano quando teremos eleições. A utopia do fim dos partidos vai desabar. Vão ter que votar em candidatos de partidos, e seu voto - pelo sistema eleitoral brasileiro - vai fortalecer as bancadas partidárias. Mesmo que votem num candidato que consideram bom de um determinado partido, esse voto será somado à legenda e estarão ajudando a sigla A, B ou C a aumentar sua bancada na Câmara ou nas Assembléias Legislativas.
Como essa massa de jovens vai se comportar nas eleições do ano que vem, isso é completamente imprevisível, não sabemos nem os desdobramentos dos próximos dias. Mas o que eu espero, e acredito que aconteça, é que daremos um passo à frente nas próximas eleições, começará a ser separado o joio do trigo, indiferente dos partidos de cada candidato.
Mas um fato é novo e incontestável, esses jovens não estão mais suscetíveis às mensagens das Organizações Globo, não vão cair nas mentiras eleitoreiras, nas manipulações, na lavagem eleitoral. Vão discutir pelas redes sociais, as informações serão compartilhadas e curtidas pela internet. Com certeza a participação democrática atingirá níveis jamais vistos no Brasil. Isso com certeza será um dos desdobramentos do movimento de protesto e revolta, que no Rio de Janeiro, mais que em qualquer outro estado, tomou proporções inigualáveis mobilizando centenas de milhares de pessoas.
O Brasil acordou, gritam manifestantes por todo país. No Rio de Janeiro, as pessoas sufocadas por tantos escândalos impunes e desmandos do governo estadual, cansadas das mentiras da mídia, finalmente foram para a rua soltar o grito atravessado na garganta: "Fora Cabral!". Não tenho dúvidas de que esse será o coro popular da eleição do próximo ano.
Quem fez crescer o coro dos descontentes na recente onda de protestos pelo Brasil foram os estudantes, sem dúvida a maioria nas ruas. Têm entre 18 e 25 anos, portanto nasceram de 1990 em diante. Se aos 15 anos começaram a ter algum discernimento da vida política, isso foi a partir de 2006. Só acompanharam a era Lula.
Essa juventude que protesta agora não viveu o fim da ditadura e a luta por democracia (final dos anos 70), como eu que cheguei a 5.0 (assim a idade soa melhor); não acompanhou a campanha das Diretas Já (1984); não foi para a rua pedir o impeachment de Collor (1992).
Desde que começou a entender minimamente e a ouvir falar de política, só tomou conhecimento de "toma lá, dá cá", "é dando que se recebe", negociatas, escândalos, corrupção, desvios, mensalões, maracutaias, propinas, acordos por baixo dos panos, o tempo todo com políticos e partidos envolvidos. Esse é o mundo político que eles conhecem, o único a que foram apresentados.
Sem tentar buscar respostas que expliquem o que está acontecendo, mas me atendo à realidade que salta aos olhos, não é de estranhar que os jovens repudiem todos os partidos políticos de A a Z. Uma sociedade sem partidos é a nova utopia que move a juventude.
Muitos de nós que nascemos nos anos 1960 também tivemos as nossas utopias, acreditamos e fomos para a rua lutar não apenas por democracia e liberdade, mas pela igualdade de classes. Quantos queimaram bandeiras do Estados Unidos que para nós era o grande inimigo. O imperialismo americano para nossa geração tinha que ser derrotado de qualquer maneira, os Estados Unidos eram o Grande Satã, como os muçulmanos fundamentalistas chamam hoje.
E um dia, em 1989, o Muro de Berlim foi derrubado, o socialismo ruiu por todo o leste europeu, a União Soviética desmoronou, descobrimos que o mundo mudou. No Brasil até o Partido Comunista virou PPS. Como uma criança que um dia descobre desconsolada que Papai Noel não existe, tivemos que digerir que a igualdade de classes era uma utopia. E claro, pudemos passar a tomar Coca-Cola e comprar tênis All Star (era o Nike de hoje) sem a consciência pesada de estarmos traindo os ideais da esquerda.
Assim como nós naqueles tempos, os jovens de hoje vão ter o seu choque de realidade no próximo ano quando teremos eleições. A utopia do fim dos partidos vai desabar. Vão ter que votar em candidatos de partidos, e seu voto - pelo sistema eleitoral brasileiro - vai fortalecer as bancadas partidárias. Mesmo que votem num candidato que consideram bom de um determinado partido, esse voto será somado à legenda e estarão ajudando a sigla A, B ou C a aumentar sua bancada na Câmara ou nas Assembléias Legislativas.
Como essa massa de jovens vai se comportar nas eleições do ano que vem, isso é completamente imprevisível, não sabemos nem os desdobramentos dos próximos dias. Mas o que eu espero, e acredito que aconteça, é que daremos um passo à frente nas próximas eleições, começará a ser separado o joio do trigo, indiferente dos partidos de cada candidato.
Mas um fato é novo e incontestável, esses jovens não estão mais suscetíveis às mensagens das Organizações Globo, não vão cair nas mentiras eleitoreiras, nas manipulações, na lavagem eleitoral. Vão discutir pelas redes sociais, as informações serão compartilhadas e curtidas pela internet. Com certeza a participação democrática atingirá níveis jamais vistos no Brasil. Isso com certeza será um dos desdobramentos do movimento de protesto e revolta, que no Rio de Janeiro, mais que em qualquer outro estado, tomou proporções inigualáveis mobilizando centenas de milhares de pessoas.
O Brasil acordou, gritam manifestantes por todo país. No Rio de Janeiro, as pessoas sufocadas por tantos escândalos impunes e desmandos do governo estadual, cansadas das mentiras da mídia, finalmente foram para a rua soltar o grito atravessado na garganta: "Fora Cabral!". Não tenho dúvidas de que esse será o coro popular da eleição do próximo ano.
Fonte: Blog do Garotinho
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