Dilma: 'Não tem nenhum gesto meu mais forte do que o veto'

Presidente destacou a autonomia do poder legislativo

Em visita oficial a Moscou, a presidente Dilma Rousseff disse nesta quinta-feira (13/12), que já fez tudo o que tinha de fazer sobre a questão da repartição dos royalties do petróleo e considerou que a derrota que sofreu ontem no Congresso não representa uma crise na base aliada.
A presidente veio falar com os jornalistas precisamente para tratar da questão dos royalties. "Vivemos numa democracia com os Três Poderes. O Poder Legislativo é autônomo, independente e tem todas as condições de decidir contrariamente à minha decisão", afirmou. "Acredito que minha decisão foi justa diante da legislação, que diz que claramente que não se pode descumprir contratos".
A presidente considerou ainda mais importante, que "está além da repartição federativa, que tenhamos compromisso com a educação no Brasil", referindo-se à proposta do Executivo de transferir 100% dos royalties futuros para o setor.
"Vamos ser plenamente desenvolvidos quando tivermos educação de qualidade para todos. Os recursos do petróleo são finitos, não renováveis. Tudo o que ganharmos do petróleo temos que deixar para a riqueza mais permanente, que é a educação. Esse é o aspecto mais importante da minha medida provisória", acrescentou.
Indagada se fará novas articulações para manter sua decisão, a presidente retrucou em tom quase conformado. "Já fiz todos os pleitos, o maior foi vetar. Não tenho mais o que fazer. Não tem nenhum gesto meu mais forte do que o veto. O resto seria impossível. Que todos votem de acordo com sua consciência", disse.
Questionada sobre possível crise na base governista, a presidente respondeu que jornalistas gostam de falar de crise e rejeitou essa percepção. "Temos que viver com as diferenças, com os posicionamentos diferenciados entre os poderes, e nada disso pode resultar em crise. Isso é normal numa democracia, num país avançado como o nosso."
Ontem, o Congresso aprovou a urgência para a votação dos vetos presidenciais à redistribuição dos royalties do petróleo.

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