"Sabe quando o assunto música desafina? Quando uma figura bem “descolada” fala assim: amo música, gosto de tudo, sou muito eclética, ou quando outra não menos “descolada” afirma que tudo que faz sucesso é lixo, bom mesmo é música que atrai um público de 20 privilegiadas cabeças, pois só estas sabem apreciar o que é bom. Conselho, pare por aí, troque de assunto, tente o aquecimento global, efeito estufa, buraco de ozônio etc., tipo de assunto que está sempre “in”, “super descolado”.
Sem nostalgia, lembro o século passado, de onde eu vim, época que a criação era a principal parte do processo musical, músico bom tinha que ser praticamente uma extensão do seu instrumento, produtor bom tinha que entender o processo criativo, o compositor bom tinha muita intimidade com a língua e com a linguagem. Era realmente assim, mas não sou pessimista de forma alguma.
Hoje, a fibra é ótica a era é digital, o toque é “touch” e a tela é “screen”. Com uma boa dose de vulgaridade e um bocado de tecnologia é possível alcançar sucesso de massa em instantes. Antagonicamente o imediatismo nos liberta. Viva o descartável, o mundo seria muito tenebroso se uma boa parte do que chega ao mercado não fosse absolutamente descartável. Em meio a tudo isso, muita coisa boa, músicas boas de verdade continuam aparecendo à moda antiga, através da criação. Podem acreditar, falar de música boa vai render muito mais posts do que o “lixo”, afinal, não sou nem um pouco eclética, música, só se for de verdade."
Escrito Patrícia Cordeiro, Presidente da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima.
Sem nostalgia, lembro o século passado, de onde eu vim, época que a criação era a principal parte do processo musical, músico bom tinha que ser praticamente uma extensão do seu instrumento, produtor bom tinha que entender o processo criativo, o compositor bom tinha muita intimidade com a língua e com a linguagem. Era realmente assim, mas não sou pessimista de forma alguma.
Hoje, a fibra é ótica a era é digital, o toque é “touch” e a tela é “screen”. Com uma boa dose de vulgaridade e um bocado de tecnologia é possível alcançar sucesso de massa em instantes. Antagonicamente o imediatismo nos liberta. Viva o descartável, o mundo seria muito tenebroso se uma boa parte do que chega ao mercado não fosse absolutamente descartável. Em meio a tudo isso, muita coisa boa, músicas boas de verdade continuam aparecendo à moda antiga, através da criação. Podem acreditar, falar de música boa vai render muito mais posts do que o “lixo”, afinal, não sou nem um pouco eclética, música, só se for de verdade."
Escrito Patrícia Cordeiro, Presidente da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima.
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