PR – RJ toma decisão democrática pela neutralidade


Após encerrar a convenção que pelo segundo dia consecutivo discutiu o apoio do PR-RJ aos presidenciáveis Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), no segundo turno, o ex-governador Anthony Garotinho, eleito deputado federal com quase 700 mil votos, afirmou que a legenda optou pela neutralidade temporária para que os candidatos pensem melhor sobre o apoio que desejam dele. "Não  posso ser oferecido", afirmou. 
Segundo Garotinho, Dilma já o procurou, mas nada foi acertado. "No telefone ela fala uma coisa, mas na prática faz outra", falou. Contudo, o apoio a Serra não está certo. "Ele também vem ao Rio e não me procura", afirmou. 

Em meio à convenção, Garotinho chamou a atenção dos correligionários para dizer que o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, teria telefonado três vezes para o seu celular. O tucano Márcio Fortes, coordenador da campanha de Serra no Rio, teria ligado uma vez. 

Documento preparado pelo PR




iG: O senhor disse que a Dilma já o procurou três vezes e que durante a convenção desta sexta-feira o José Eduardo Dutra também. Por que não fechou apoio com a Dilma?
Anthony Garotinho - Porque no telefone ela fala uma coisa e na prática faz outra. Ela me liga e diz "Garotinho, quero contar com você". Aí, ela vem ao Rio, sai com o (Sérgio) Cabral e o PMDB, e não me procura. Parece que quer meu apoio às escondidas. Assim não dá. 

iG - O senhor se sente traído por Dilma?
Garotinho - Não. 

iG - O senhor acha que a Dilma errou na campanha do primeiro turno? Em quê?
 Garotinho - Ela desafiou as religiões. Não digo a Igreja, mas as religiões, os valores. Agora assina uma carta dizendo que é contra o aborto e outras coisas. Podia ter resolvido tudo no primeiro turno, era só convencer o presidente Lula a revogar do PNDH3. 
iG - Parte do PR-RJ quer apoiar o Serra...
Garotinho - Sim, mas nós votamos hoje pela neutralidade temporária. Porque o Serra também vem ao Rio e não nos procura, não posso ser oferecido. 

iG - A proposta apresentada pelo candidato que disputou o governo do Rio pelo PR, Fernando Peregrino, condiciona o apoio a um ato público com fotos.
Garotinho - Sim, porque se você quer apoio as pessoas têm que ver quem está junto. Mas esta não é a única condição. Tem que se comprometer com a não privatização das estatais, assinar a PEC 300, revogar o PNDH3 e todas as questões que Peregrino colocou. 

iG - O senhor faz questão de ressaltar que é de esquerda e que vota com a esquerda. Não pode fugir à sua trajetória selar uma aliança com o PSDB, DEM e PTB?
Garotinho - Sim. Não é o ideal. Mas em política, às vezes, é preciso fazer o que é possível. 
iG - Cargos estão sendo negociados?
Garotinho - Não. De forma alguma.

Fonte: IG 
Foto: Arquivo
 

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