“O Dragão” cuja história gira em torno da relação entre palestinos e israelenses levanta questões como diálogo e paz
Vivianne Chagas com Assessoria
O Sesc Campos inicia sua temporada de espetáculos 2010. Em cartaz em três sedes da rede, o espetáculo ‘O Dragão’ repete sua exibição hoje na cidade, a partir das 20h, depois parte para Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, nos próximos dias 19 e 20. A história gira em torno da secular relação conturbada entre palestinos e israelenses, levantando questões como diálogo e paz.
A montagem da companhia Amok sob a direção de Ana Teixeira é baseada no conflito entre palestinos e israelenses no Oriente Médio. A partir de fatos e depoimentos reais, ‘O Dragão’, que tem classificação de 16 anos, começa por meio do olhar de quatro personagens, dois palestinos e dois israelenses, com suas trágicas histórias e humanidades expostas, o espetáculo revela a intimidade da violência infligida pela guerra.
Quatro relatos levados ao palco recriam, numa ficção, acontecimentos verídicos, trazendo à tona histórias que se cruzam e derrubam os muros entre judeus e árabes, mostrando que não há inimigos na dor.
O espetáculo propõe uma observação sobre esta complexa situação entre judeus e palestinos, sem nenhuma hierarquia, nenhuma classificação. O que está em jogo são testemunhos de destinos confiscados pelo horror. O Dragão é um espetáculo sobre o diálogo e a paz; sobre a possibilidade de encontrar atrás da crueldade e da violência uma real humanidade.
Em cena estão: Stephane Brodt, Fabianna de Mello e Souza, Thiago Guerrante e Kely Brito. Com a produção de Sérgio Saboya e Silvio Batistela. O Amok Teatro se apoia no teatro documentário para pensar o nosso tempo e revelar o interior dos seres humanos nesta experiência comum da violência e da perda, onde as diferenças culturais e religiosas não separam mais as pessoas, mas simplesmente as distingue.
O conflito que parece não ter fim
A briga entre estes dois povos pela região da Palestina recupera uma série de conflitos que retomam os tempos da Antiguidade Oriental. Por volta de 3500 a.C. (antes de Cristo), comunidades de pastores ocuparam o espaço propiciando a formação de civilizações.
De acordo com informações do site Brasil Escola, no ano de 70 d.C. (depois de Cristo), a rebelião dos judeus contra os romanos estabeleceu um conflito que obrigou eles a abandonarem sua terra por conta da superioridade militar romana. A partir do século XIX, judeus residentes na Europa passaram a organizar um movimento em favor da formação de um Estado Independente para o povo judeu. O chamado “Movimento Sionista” enviou uma proposta para que o Império Turco-otomano cedesse parte dos domínios palestinos para a formação desse Estado judeu.
Mediante a recusa, os sionistas decidiram procurar a ajuda do poderoso império britânico. Os ingleses ofereceram uma parcela dos territórios de Uganda, mas os sionistas insistiam na proposta em favor da criação do território na região da Palestina. Após a Primeira Guerra Mundial, nações europeias cobiçavam o controle dessa região por conta da oferta de petróleo disponível naquelas terras áridas. A região acabou nas mãos da Inglaterra, que se viu em uma delicada situação, pois haviam prometido a independência dos árabes na região, ao mesmo tempo em que apoiavam a causa judaica.
Em 1948, apoiado porpotências econômicas, os judeus conseguiram que o controle político da Palestina fosse retirado das mãos dos ingleses. A partir de então, a Organização das Nações Unidas se tornou responsável pela região e, naquele mesmo ano, decidiu dividir as terras palestinas entre árabes e judeus.
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