Cobertura da manifestação da BR 101 em defesa dos royalties

Prefeita Rosinha se solidariza com manifestação na BR

Ao saber da manifestação realizada na BR-101, nesta quinta-feira (11), que já dura mais de sete horas, a prefeita Rosinha Garotinho, presidente da Organização dos Municípios Produtores de Petróleo (Ompetro) se solidarizou com o movimento liderado por representantes da sociedade civil organizada e moradores dos municípios produtores de petróleo da região. A prefeita chegou, ao local, de helicóptero, depois de ter tentado seguir viagem através da rodovia federal. “Seja qual for o resultado, eu vou morrer lutando”, disse Rosinha. Ela está convocando toda população a ir para o local e participar do movimento “Justiça para quem produz”.

Segundo Rosinha Garotinho, ela não poderia deixar de se solidarizar com o movimento em defesa dos interesses legítimos dos municípios e do Estado do Rio de Janeiro. “Somos solidários ao movimento da sociedade civil e vamos oferecer todas as condições necessárias para os manifestantes”, destaca a prefeita.

A prefeitura está assegurando as condições de segurança e saúde do movimento da sociedade civil organizada. Foram instalados banheiros químicos e tendas para proteger os manifestantes do sol e os empresários estão fornecendo lanche para os manifestantes. Estão presentes, ainda, à manifestação o presidente da OAB/Campos, Felipe Estefan; o presidente da Coagro, Frederico Paes; o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Luiz Celso alves; o presidente da Câmara Municipal, Nelson Nahim, e vereadores; e o representante do Crea e Anfea, Gustavo Manhães, além de representantes da sociedade civil de Macaé, Quissamã e Carapebus.

- O protesto na BR-101 está sendo realizado de forma pacífica e ordeira para defender os direitos legítimos do povo de Campos, da região e do Estado do Rio de Janeiro. Peço às pessoas que compareçam ao local e participem desta ação em defesa dos royalties produzidos na nossa região - destaca a prefeita Rosinha.

A prefeita explicou todas as ações que vem sendo tomadas desde que começou a lutar contra a redistribuição dos royalties, em fevereiro do ano passado. Ela reforçou que está confiante na Justiça para que possa reverter a situação. Atualmente, os prefeitos aguardam o julgamento do Mandado de Segurança, impetrado no Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Ompetro, para que possa ser atestada a inconstitucionalidade da Emenda Íbsen. “Vou entrar em contato com os prefeitos e marcar uma ida ao Rio de Janeiro e, se for necessário, até Brasília”, completa a prefeita.

O movimento reúne moradores de municípios de Campos, Macaé, Quissamã, São João da Barra, entre outros. A retenção no tráfego já atinge mais de 40 quilômetros e reúne centenas de veículos. O protesto começou por volta das 7h da manhã, quando os manifestantes interditaram a pista com máquinas e ateando fogo em pedaços de madeira e pneus. Devido à retenção na estrada, a venda de passagens com destino ao Rio de Janeiro, no Shopping Estrada, está suspensa.


Uma manifestação atrás da outra pelos royalties do petróleo

Por volta das 16h, com nova queima de pneus, manifestantes reforçaram a manifestação na BR 101 (Campos-Macaé), em protesto à redistribuição dos recursos dos royalties, aprovada nesta quarta-feira (10), pelo Congresso Nacional, pondo em xeque o orçamento de diversos municípios produtores, principalmente do estado do Rio.

- O povo está dizendo que não vai interromper este movimento, que não tem hora para liberar o tráfego de veículos na rodovia, uma das mais movimentadas do país. Como prefeita de Campos, eu, que estava no Rio, vim para apoiar esta manifestação, que foi organizada por empresários e ganhou a participação de cidadãos de toda a região e de importantes organizações, como o Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea), a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Acic, sindicatos Rural e dos Ceramistas, OAB e muitos outros - contou a Prefeita Rosinha Garotinho.

A prefeita disse que empresários agilizaram a colocação de banheiros químicos e que está ouvindo as solicitações dos manifestantes. “Nossa luta é para pedir socorro à Justiça, para dizer que maus políticos, com intenções eleitoreiras, estão rasgando a Constituição. Como o Supremo Tribunal Federal é o guardião da Constituição Federal, queremos mostrar que nossa esperança é na Justiça, no STF”, falou Rosinha.

O presidente da OAB/Campos, Filipe Estefan, disse que a luta é de toda a sociedade civil organizada. “Essa luta é de todos nós e é muito preocupante o comportamento do Congresso Nacional, querendo, através da aprovação de uma lei, retirar direitos garantidos a diversos municípios. Em Brasília, a prefeita de Campos esplanou muito bem como essa alteração na distribuição dos royalties é prejudicial”, alertou.

O presidente da Câmara Municipal de Campos, Nelson Nahim, também expressou a indignação do Legislativo, que estava representado na manifestação por diversos vereadores. “Essa emenda é uma aberração jurídica e, se houver mesmo a redistribuição, será como entregar os municípios produtores nas mãos de quem nada faz. Este é um protesto sério, pois sem esses recursos haverá o caos administrativo em Campos. As autoridades não podem brincar com coisa séria, com a vida da população”, falou.

O inspetor técnico da Regional Campos do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea), Gustavo Manhães, fez outro alerta. “Esta é uma manifestação legítima e o Crea se faz presente, pois a engenharia é um setor que emprega uma quantidade imensa de pessoas, especialmente no setor da construção civil, que é um dos que mais cresce em todo o país. Temos projetos importantes em risco, como a construção de 10 mil casas populares pela Prefeita Rosinha Garotinho e e até o programa habitacional do Governo Federal, “Minha casa, minha vida”, pois com o corte desses recursos faltará mão-de-obra para esses trabalhos”, concluiu o representante do Crea.



Representantes da sociedade civil organizada protestam

A manifestação em defesa dos royalties na BR-101 (Campos-Rio de Janeiro), em frente ao viaduto onde passam caminhões com destino ao Porto do Açu, conta com a participação do presidente da Cooperativa Agroindustrial do Estado do Rio de Janeiro (Coagro), Frederico Paes. Segundo ele, todo o cidadão de bem deve se mobilizar contra a emenda Ibsen, aprovada ontem (quarta-feira, 10), na Câmara Federal, em Brasília.

- Isso é um crime contra o Estado do Rio e, principalmente, em Campos. O Hospital Plantadores de Cana, por exemplo, em menos de uma semana fecha as portas, caso termine o convênio com a prefeitura. Todo cidadão de bem que teme perder o emprego deve abraçar esta bandeira - disse Paes, esclarecendo que a mobilização hoje está sendo pacífica, mas amanhã poderá ser uma manifestação de gente passando fome.

O presidente da Associação do Remo de Campos, Dimisson Nogueira, ressaltou que o petróleo é de quem produz. “Fechar a BR-101 é válido para que o país saiba do impacto que sofreremos caso os royalties seja redistribuídos para mais de cinco mil municípios. Nós estamos brigando pelo que é nosso, de direito e esperamos que a Justiça seja feita”, comentou.

A manifestação pacífica conta com a presença das Polícias Federal, Civil, Militar e Rodoviária Federal. A BR-101 foi fechada por pneus e pedaços de madeiras, onde os defensores dos royalties colocaram fogo. Em frente às labaredas, o boneco do deputado federal Ibsen Pinheiro, autor da emenda que redistribui os royalties para mais de cinco mil municípios do Brasil.

Estudantes protestam na BR-101

Diversas representações estudantis de municípios produtores de petróleo estão, neste momento, reunidos na BR 101, no protesto organizado pela sociedade civil organizada, que paralisou a estrada no sentido Rio-Espírito Santo, provocando um congestionamento de cerca de 40km, a partir do viaduto construído por Eike Batista. Representantes da Federação Estudantil dos Universitários de Campos (Feuc) e universitários de Quissamã, estão reunidos no local.

Um dos estudantes universitários de Quissamã, Leonardo Gomes Ramos, explica que a manifestação da sociedade civil é uma resposta ao insulto que os municípios produtores de petróleo sofreram durante a sessão da Câmara Federal, na última quarta-feira (10).

- Isso é um roubo, tirar o que é direito do próximo, além de ser um insulto. Os deputados querem tapar o sol com a peneira, já que levam verbas para seus estados e condenam milhões de pessoas aqui. Estamos presentes nesta manifestação, representando os estudantes, que temem pelos seus futuros - enfatiza.

O representante da Feuc, Afonso Neto, diz que o município pode ser desertificado, caso a emenda Íbsen Pinheiro seja aprovada. “Essa é a nossa forma de mostrar a preocupação com o município, nossa intenção e solução agora é sensibilizar a Justiça para que a emenda não seja levada à frente, já que é inconstitucional”, finaliza.

Caminhoneiros se sensibilizam com causa da manifestação



Caminhoneiros de todos os estados que passavam pela BR-101 e tiveram seus trabalhos interrompidos por causa da paralisação de 40km que está acontecendo na BR-101, nesta quinta-feira (11), também se sensibilizaram com a causa levantada pela sociedade civil em defesa dos royalties. Diversos motoristas, sentados próximos aos caminhões, dentro dos veículos e, até fazendo lanche, têm a mesma opinião: sentem a sensação que uma mobilização deste porte tem que valer à pena. No Shopping Estrada, a venda de passagens foi suspensa devido à retenção da rodovia.

O caminhoneiro que trabalha na entrega rápida de cargas, o campista Claudemir Gomes Rangel, explica que seu horário foi interrompido e corre o risco de ter que voltar à fábrica, já que a entrega em Macaé tinha que ser feita até às 10h, mas que ele concorda com os manifestantes, já que se trata do futuro do município. “Sou a favor desta manifestação, vale o sacrifício de ficar aqui por algumas horas e garantir o futuro do meu filho. Caso o petróleo for perdido, nosso futuro está prejudicado”, destaca.

Vindo de Joinville, Santa Catarina, o caminhoneiro que já trabalha na área há mais de 20 anos, Altair de França, acrescenta que a manifestação é um movimento necessário, já que na época das “Diretas Já” o resultado foi favorável. “Essa manifestação, de uma certa forma, nos prejudica porque temos horários marcados, mas acho que estes jovens deviam mesmo ir até a fonte, que é Brasília, para se manifestarem e gritarem ainda mais alto”, sugere.

Fonte: Secom

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