Embora a Constituição Brasileira assegure o ensino a todos, grande parte das crianças portadoras de deficiência está fora da escola. O alerta foi dado na manhã desta terça-feira, 02/02, pela professora Nadir Sant’Anna, ao proferir a palestra de abertura do curso “Educação Inclusiva e Acessibilidade”. O evento reuniu mais de 400 professores no anfiteatro do Centro de Convenções da Uenf.
- A lei diz que os alunos com deficiência devem ser absorvidos pelas escolas, mas a maioria delas não está preparada para recebê-los. Em Campos, por exemplo, estas crianças são encaminhadas às escolas São José Operário e Thiers Cardoso. A maioria acaba desistindo porque mora longe e os pais não têm condições de transportá-los - disse Nadir, que abordou o tema “Produção de material didático para deficientes visuais”.
Segundo Nadir, a Uenf tem condições de dar apoio à educação inclusiva, porque conta com profissionais especializados, além de equipamentos que podem ajudar a produzir material adequado às aulas. A idéia é criar em Campos, com a ajuda da Universidade, uma espécie de pólo de produção de material didático voltado para a educação inclusiva, centralizado na Secretaria Municipal de Educação. O curso, segundo a professora, seria um primeiro passo nesse sentido. Ainda durante a manhã, os professores participaram de uma Oficina de Preparo de Material Didático.
Ao abrir o curso, o reitor da Uenf, Almy Junior, destacou a importância da educação inclusiva, lembrando que este tema vem sendo discutido na Uenf desde 2004, em grande parte devido ao trabalho desenvolvido pelo professor Mário Galvão. Ele ressaltou, no entanto, a necessidade de que esta discussão seja ampliada para fora da Universidade, com a participação dos órgãos públicos.
- Temos cotas para alunos deficientes, mas ela é muito pouco utilizada. Se eles não têm acesso ao ensino fundamental e médio, estão muito longe de bater à porta da Universidade. No entanto, hoje temos tecnologias que podem suplantar facilmente as deficiências. Nossa principal dificuldade não é essa, é mudar a consciência das pessoas em relação a esta questão - disse o reitor.
Coordenado pelos professores Nadir Sant’Anna (Laboratório de Biologia Celular e Tecidual-LBCT) e Mário Galvão (Laboratório de Estudos da Educação e da Linguagem-Leel), o curso prossegue nesta quarta-feira, 03/02, quando também será realizada a “Opta - Oficina Pedagógica e Tecnologias Assistivas”. Voltada para os servidores da própria Uenf, a Opta tem por objetivo informar e sensibilizar quanto à melhor forma de lidar com pessoas que tenham deficiências sensoriais .
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