JIRIPOCA NO RITMO DO AXÉ NO SÁBADO DE CARNAVAL



O ritmo forte do Axé mais uma vez irá dar o tom durante as duas horas em que o bloco levará para atravessar de uma ponta a outra a passarela do samba sanjoanense. A escolha pelo gênero musical genuinamente baiano, além animação, traduz a democracia que impera em um dos maiores carnavais do Estado do Rio de Janeiro e que tem nas escolas de samba Congos, Chinês, e no Bloco Indianos, todos como mais de setenta anos de existência, seus mais antigos e tradicionais representantes.

Um dos responsáveis por levar o Jiripoca para a avenida durante nessas duas décadas, Benedito Fernandes, técnico em eletrônica conhecido em toda cidade por Etinho, lembra com orgulho de como tudo começou e conta detalhes relacionados à evolução ao longo desses anos.

— Em 1998, fiquei encarregado de montar um carro de som para o Congos. Quando ele não estava a serviço da escola, eu o utilizava para colocar som e animar o pessoal. Então veio a idéia, juntamente com o amigo José Rosa, de montar no ano de 1989 um carro para brincar o carnaval. Daí surgiu o Jiripoca e durante quatro carnavais utilizamos um reboque com som e puxado por um jipe. Somente em 1993 viemos com um carro no formato de trio elétrico, na época um caminhão chevrolet.

Longe do improviso inicial, o Jiripoca possui hoje um mega trio, o terceiro desde a sua fundação. Em relação ao nome curioso do bloco, a idéia surgiu, de acordo com Etinho, da mente do colunista social Wilson Oliveira. “Não existia nenhum nome para o bloco no primeiro carnaval. Aí Wilson batizou de Jiripoca e até publicou em sua coluna no jornal.”

Além de surgir como uma das primeiras alternativas fora das escolas de samba Congos e Chinês e do Indianos, o Jiripoca foi responsável, também, por instituir os abadás no carnaval de São João da Barra. “Antes era uma roupa com padrão afro. Com o tempo instituímos o abadá como ele é hoje”. Diz Etinho.

Na legião de seguidores do Jiripoca está, em grande parte, a juventude de São João da Barra e de outras partes do país que prestigiam a folia no município. Eles se juntam a pessoas que já participam do bloco desde os primeiros anos de sua existência. Um encontro que continua dia e hora marcada na passarela do samba de São João da Barra.

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