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Escolas de samba de São João da Barra desfilam a partir das 22h, na avenida principal
Em São João da Barra o Carnaval divide a cidade, entra em cena a velha rivalidade entre as escolas de samba Congos e Chinês. Mas faz tempo que elas não reinam sozinhas, a Unidos da Chatuba vem aí e promete fazer a alegria dos foliões. Entre os vários blocos carnavalescos destacam-se o Indianos, fundado na década de 30, e o Raiz, que vem para seu sétimo Carnaval.
Com o enredo “Luz, Câmera, emoção: cinema, a sétima arte”, o Clube Cultural Social Carnavalesco o Chinês, fundado em 1933, irá fazer um passeio pelas várias fases da telona no Carnaval.
Desfilando neste domingo (14/02) pontualmente à meia-noite e com o já tradicional bis na terça-feira, às 22h, a escola amarela e verde pretende se superar e oferecer ao público um espetáculo ainda mais belo que nos anos anteriores.
**CHINÊS LEVA O CINEMA PARA A PASSARELA DO SAMBA
Com o Enredo Luz, Câmera, emoção: cinema, a sétima arte, a Escola de Samba Chinês irá fazer um passeio pelas várias fases da telona no carnaval de São João da Barra. Desfilando no domingo pontualmente a meia noite e com o já tradicional bis na terça-feira, as 22h, a escola amarela e verde pretende, com o tema, se superar e oferecer ao público um espetáculo ainda mais belo que nos anos anteriores.
— É um enredo inovador, porém bastante abrangente. Ele traz uma emoção que é a cara da escola. Nossa idéia é mexer com o público e torná-lo atuante, como se fosse o grande figurante da cena — explica Gil Wagner Miranda, há seis anos carnavalesco do Chinês e que acumula também a função de mestre sala.
No carro abre alas, intitulado “Os primórdios do cinema” uma viagem ao tempo das imagens em preto e branco. O cinema nacional ganha enfoque na segunda alegoria retratando personalidades como Carmem Miranda, relembrando as chanchadas e revivendo clássicos como “O pagador de promessas” e o “Cangaceiro”, com o qual o carnavalesco pretende fazer uma alusão à região Nordeste tão presente, segundo ele, no cinema do Brasil.
Com os musicais, o terceiro carro alegórico pretende homenagear o cinema infantil. O destaque vai para o épico “O mágico de Oz”. O futurismo estará presente em obras como “E.T” e “Robocop”. “É também uma forma de referência ao cinema moderno, que dá nome ao quarto carro”, destaca Gil. Os grandes filmes premiados e todo o glamour que envolve a festa do oscar também serão lembrados no quinto carro alegórico.
Para que tudo saia dentro do planejado, os trabalhos, iniciados desde outubro, estão na reta final no barracão da agremiação. Em três turnos, cerca de trinta pessoas se revezam nas diferentes atividades exigidas para a apresentação de um grande desfile. Serão 400 componentes na avenida, incluindo os 80 integrantes da bateria, comandada pelos mestres Raphael Pereira, Daniel dos Santos e João Pedro. À frente dos ritmistas, virá a madrinha Ingrid Novas.
Outro ponto alto destacado pelo carnavalesco Gil Miranda no carnaval de 2010 do Clube Cultural Social Carnavalesco o Chinês, fundado em 1933, é samba enredo. “Nosso samba irá funcionar praticamente como outra alegoria, já que ele cita nome de filmes que não estão representados nas cinco carros alegóricos”, finalizou.
**CONGOS COM O CORAÇÃO NA AVENIDA
Com o coração na avenida. O termo, muito utilizado para deixar ainda mais explicita a dedicação dos componentes por sua escola de samba durante um desfile, será seguido à risca pela escola sanjoanense Congos. Com o enredo No fogo da paixão pulsa forte o coração! É máquina, é vida... É Congos na Avenida, a agremiação irá exaltar, durante os dois dias de apresentação, domingo, as 22h, e terça-feira, à meia noite, o órgão do corpo humano que é relacionado, principalmente, ao amor.
Em cinco carros alegóricos, a comissão de carnaval, composta por Geraldo Lopes, Fernando Antônio Lobato e Thiago Araújo, pretende fazer um desfile mostrando o coração desde a questão mitológica até sua inevitável relação sentimental, contextualizada no amor de uma forma geral e, em particular, na paixão de parte da população de São João da Barra pela escola. A importância do coração como máquina do corpo humano também merecerá destaque nas alegorias.
— O grande diferencial desse carnaval do Congos serão os carros alegóricos. Estamos valorizando mais a estrutura do carro e priorizando menos as esculturas. É uma coisa trabalhosa, pois é bem mais fácil trazer mais esculturas. Mas é uma inovação dentro do carnaval sanjoanense e que enriquecerá ainda mais o nosso desfile — afirma Geraldo Lopes.
Inspirado na escola de samba paulistana Mocidade Alegre, que destacou o coração no carnaval de 2009, o enredo foi idealizado ainda no primeiro semestre do ano passado. Os trabalhos no barracão envolvem em torno de 40 pessoas. São escultores, carpinteiros, bordadeiras, pintores, costureiras aderecistas e ferraleiros trabalhando em três turnos a exatos seis meses.
Com 78 anos de existência, o Grêmio Recreativo Escola de Samba Congos pretende levar para a avenida cerca de 600 componentes. A bateria, comandada pelo mestre José Luiz, virá com 100 ritmistas e tendo a frente a madrinha Carina Meirelles. Outra novidade será em relação ao mestre sala e porta-bandeira. Esse ano a escola optou por colocar apenas um casal na avenida, Elder Amaral e Marlúcia Amaral.
Com o trabalho já praticamente concluindo no barracão, expectativa de diretores, componentes e de toda a comunidade vermelha preta de São João da Barra fica por conta do momento de pisar na avenida, como bem diz um trecho do samba: “Já estou sentindo o palpitar dentro do peito. E não tem jeito, o coração vai disparar”.
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